Economia: Como foi o primeiro leilão do pré-sal?

Economia: Como foi o primeiro leilão do pré-sal?
Editora Globo
Manifestantes protestam no Rio de Janeiro contra o leilão (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
 
 

Cheio de emoções. Primeiro, antes do leilão começar na segunda (21/10), teve confusão entre a Força Nacional e manifestantes, que são contra o modelo de exploração do campo de Libra. Depois, veio a surpresa: o leilão só teve um participante, que acabou ganhando a parada pelo valor mínimo que o Brasil pedia (R$ 15 bilhões mais 41, 65% do petróleo que for produzido).

Mas por que se falou tanto disso essa semana? O campo de Libra é a maior área de exploração do Brasil e do mundo. A produção que se espera conseguir dali vai dobrar as nossas reservas de petróleo: vamos somar mais 12 bilhões de barris aos 15,3 que já temos. Falando em dinheiro, será R$ 1 trilhão. Ou seja, é uma mina de ouro negro. E esses recursos já têm destino certo: 75% serão investidos em educação e o resto na saúde, conforme manda o Fundo Social, sancionado pela presidente esse ano.

Depois do leilão, o governo e a oposição deram duas versões diferentes a respeito do resultado. Claro que Dilma Rousseff disse que tudo correu bem e foi um estrondoso sucesso. Outros disseram que foi um fracasso porque só um interessado apareceu – antes, dizia-se que o leilão podia reunir até 33 empresas ou consórcios.

Outro ponto de disputa é o modelo usado para a exploração desse petróleo, chamado de partilha. Isso quer dizer que as empresas do consórcio podem retirar o óleo do campo, desde que paguem um valor fixo em dinheiro (chamado bônus) e repasse uma parte da produção à União. O resto é lucro. Mas também há um componente de risco, já que os volumes de petróleo existentes são estimados e podem não ser tão grandes.

A principal crítica aqui é permitir a empresas estrangeiras e privadas (como a Shell, Total e as estatais chinesas CNPC e CNOOC) explorarem nossos recursos naturais. Normalmente, quem tem o monopólio dessa exploração é a Petrobrás (que também faz parte do consórcio vencedor).

 

(Via Galileu)