Arte: Museu de Arte de São Paulo

Arte: Museu de Arte de São Paulo

O Masp

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (mais conhecido pelo acrônimo MASP) é uma das mais importantes instituições culturais brasileiras. Localiza-se, desde 1968, na Avenida Paulista, cidade de São Paulo, em um edifício projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi para ser sua sede. Famoso pelo vão-livre de mais de 70 metros que se estende sob quatro enormes pilares, concebido pelo engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz , o edifício é considerado um importante exemplar da arquitetura brutalista brasileira e um dos mais populares ícones da capital paulista, sendo tombado pelas três esferas do poder executivo.  Instituição particular sem fins lucrativos, o museu foi fundado em 1947, por iniciativa do paraibano Assis Chateaubriand. Ao longo de sua história, notabilizou-se por uma série de iniciativas importantes no campo da museologia e da formação artística, bem como por sua forte atuação didática. Foi também um dos primeiros espaços museológicos do continente a atuar com perfil de centro cultural, bem como o primeiro museu do país a acolher as tendências artísticas surgidas após a Segunda Guerra Mundial. O MASP possui a mais importante e abrangente coleção de arte europeia da América Latina e de todo o hemisfério sul, em que se notabilizam sobretudo os consistentes conjuntos referentes às escolas italiana e francesa. Possui também extensa seção de arte brasileira e pequenos conjuntos de arte africana e asiática, artes decorativas, peças arqueológicas etc., totalizando aproximadamente 8 mil peças. O acervo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O museu também abriga uma das maiores bibliotecas especializadas em arte do país.

 

 

 

 

A década de 1940 caracterizou-se no Brasil como um período de grande efervescência no plano econômico e político. A ascensão de Getúlio Vargas ao poder, em 1930, havia marcado o fim do liberalismo e uma maior interferência do Estado na vida econômica do país, mas fatores de ordem internacional, como a Segunda Guerra Mundial e a crise de 1929, favoreceram um surto de desenvolvimento industrial, em substituição ao ciclo do café, tendo como conseqüência direta a criação das condições necessárias ao crescimento urbano e à instalação de uma "estrutura cultural" no país.

Assis Chateaubriand, de perfil, em 1937.

 

Em São Paulo, particularmente, o período se notabilizou pela consolidação de um vigoroso parque industrial. O estado, a essa altura, já havia suplantado o Rio de Janeiro como principal produtor de bens de consumo do país. A capital paulista prosseguia em sua trajetória de extraordinário crescimento populacional. Atraindo inúmeras indústrias e concentrando uma expressiva e poderosa elite, abandonava progressivamente o aspecto de cidade provinciana.  No plano cultural, sem embargo, São Paulo ainda distava muito da então capital federal, onde o debate estético encontrava-se muito mais adiantado e o poder público já assimilava as manifestações modernas internacionais (sendo o edifício do Ministério da Educação e Cultura o exemplo maior de tal contexto). Sua referência mais notável continuava a ser a Semana de Arte Moderna de 1922. Se por um lado esse evento havia permitido alguma abertura aos artistas modernos nos salões oficiais, influenciado a criação de grupos e associações como a Sociedade Pró-Arte Moderna e a Família Artística Paulista e garantido alguma substância ao debate estético, por outro, seus propósitos não chegaram a atingir o grande público nem a definir um circuito artístico local.

 

A cidade contava com uma casa de ópera de prestígio e com uma grande quantia de cine-teatros, de programação bastante diversificada, mas havia um único museu voltado à arte, a Pinacoteca do Estado, dedicada quase exclusivamente à arte acadêmica. A Escola de Belas Artes seguia a mesma orientação e eram poucas as galerias comerciais abertas às tendências modernas. Assis Chateaubriand, de perfil, em 1937. Pietro Maria Bardi.  O paraibano Assis Chateaubriand, fundador e proprietário dos Diários Associados - à época o maior conglomerado de veículos de comunicação do Brasil – foi uma das figuras mais emblemáticas desse período. Comandava um verdadeiro império midiático, composto por 34 jornais, 36 emissoras de rádio, uma agência de notícias, uma editora (responsável pela publicação da revista O Cruzeiro, a mais lida do país entre 1930 e 1960) e se preparava para ser o pioneiro da televisão na América Latina - e futuro proprietário de 18 estações. Dono de um espírito empreendedor, Chateaubriand manteve uma postura ativa no processo de modernização do Brasil e utilizava-se da influência de seu conglomerado para pressionar a elite do país a auxiliá-lo em suas iniciativas, quer fossem políticas, econômicas ou culturais. Em meados dos anos quarenta, criou a "campanha da aviação", que consistia em enérgicos pedidos de contribuições para a aquisição de aeronaves de treinamento a serem doados ao aeroclubes do país. Como fruto da iniciativa, cerca de mil aviões foram comprados e doados às escolas para formação de pilotos. Terminada a campanha, Chateaubriand iniciaria uma nova e ousada empreitada: a aquisição de obras de arte para formar um museu de nível internacional no Brasil. Chateaubriand pretendia sediar o futuro museu no Rio de Janeiro, mas optou por São Paulo por acreditar que nessa cidade teria mais sucesso em arrecadar os fundos necessários para formar a coleção.

 

O mercado de arte internacional passava por um momento propício para quem dispunha de fundos para adquirir obras de relevo e o Brasil passava por um momento de grande prosperidade. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a Europa em reconstrução, muitas coleções eram postas à venda. O aumento exponencial da oferta derrubou os preços das obras de arte em níveis inéditos. Chateaubriand, entretanto, embora fosse um apreciador de obras de arte, era um leigo no assunto. Para movimentar-se nesse mercado, selecionando peças de alto valor e com garantias de autenticidade, precisaria do auxílio de um técnico especializado e experiente. Assim, convidou Pietro Maria Bardi para ajudá-lo na empreitada.  Pietro Maria Bardi, galerista, colecionador, jornalista e crítico de arte italiano, havia viajado ao Rio de Janeiro na companhia de sua esposa, a arquiteta Lina Bo, para apresentar a Exposição de Pintura Italiana Antiga no Ministério da Educação e Saúde, organizada pelo Studio d'Arte Palma, dirigido por Bardi em Roma. Durante um almoço em Copacabana, no verão de 1946, Chateaubriand lhe convidou para auxiliar a criar e a dirigir um "Museu de Arte Antiga e Moderna" no país. Bardi objetou que não deveria haver distinção entre as artes, propondo denominar a instituição apenas como "Museu de Arte", e aceitou o convite.

Pietro Maria Bardi.

 

Planejando ficar à frente do projeto por apenas um ano, dedicar-se-ia a ele pelo resto de sua vida, tendo dirigido a instituição por quase meio século. Mudou-se definitivamente com Lina para o Brasil, trazendo consigo seu acervo artístico particular e uma vasta fototeca com imagens de obras consagradas.

 

MASP

Nos três primeiros anos de atividade, o museu funcionaria em uma sala de mil metros quadrados, no segundo andar do Edifício Guilherme Guinle, na rua Sete de Abril, centro de São Paulo, projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon para ser a sede dos Diários Associados.Lina Bo Bardi projetou os espaços no primeiro andar, eliminando paredes e elementos decorativos constantes do projeto original, a fim de que o espaço obedecesse a um ambiente estritamente funcional. Além da pinacoteca, contava com uma sala de exposição didática sobre a história da arte, duas salas para exposições temporárias e um auditório com 100 lugares.

 

Essa divisão refletia o interesse dos fundadores em conceber a nova instituição como centro difusor de conhecimento e cultura, opondo-se à idéia de museu como simples depósito de obras de arte. Auto-retrato com Barba Nascente, de Rembrandt (c. 1635). Uma das primeiras aquisições do museu.  O museu foi inaugurado em 2 de outubro de 1947, com a presença do governador do estado, Ademar de Barros e do ministro da educação, Clemente Mariani, além de outras personalidades do mundo artístico e político. No dia seguinte, os primeiros visitantes chegaram para ver a incipiente coleção, ainda com poucas peças, destacando-se o Busto de atleta, de Pablo Picasso e o Auto-retrato com barba nascente, de Rembrandt. Duas exposições temporárias também puderam ser vistas: uma com a Série Bíblica de Cândido Portinari e outra com obras de Ernesto de Fiori.  Nos anos seguintes, o espaço passaria a oferecer cursos sobre história da arte, mostras de artistas nacionais e estrangeiros de todas as correntes, manifestações de teatro, música e cinema, transformando o museu em um ponto de encontro de artistas, estudantes e intelectuais em geral.

 

Assim, o MASP inaugurava o conceito de espaço museológico multidisciplinar, tornando-se uma das primeiras instituições do mundo a atuar com perfil de centro cultural, décadas antes da fundação do Centro Georges Pompidou, em Paris.16 O Escolar, de Van Gogh (1888). Recepcionado por um desfile de estudantes em Salvador.  Paralelamente às atividades didáticas, o acervo continuava a crescer. Chateaubriand, sempre respaldado pela influência dos Diários, havia desenvolvido um eficiente sistema visando angariar fundos para as aquisições. Negociava com empresários a doação de recursos para comprar obras de arte, em troca de contratos de anúncios de suas empresas em toda a cadeia associada dos Diários (rádio, jornais, revistas e, pouco depois, televisão). Comprometia-se também, após a aquisição das obras, a distribuir títulos de mecenas aos doadores.

 

Cada nova aquisição era festejada com uma suntuosa recepção, com a mais ampla cobertura possível dos Diários, quer no museu, quer na casa dos doadores, ou até mesmo em campo aberto – como se registrou à chegada da obra O Escolar, de Van Gogh, recepcionada por um grande desfile de estudantes nas ruas de Salvador. Edmundo Monteiro, executivo de mídia dos Diários Associados e, posteriormente, presidente do MASP, era o principal responsável pelas finanças do museu e íntimo colaborador de Chateaubriand, tendo sido de grande importância sua atuação para o equacionamento do sistema que permitiria a aquisição do acervo. O plano de aquisições do MASP se assentava ainda na perspectiva de uma alta de preços no mercado internacional de arte. Cálculos baseados em pesquisas de mercado indicavam, por exemplo, que os preços de pinturas do Impressionismo deveriam subir entre 20 e 25% ao ano após a década de 1950. Assim, Bardi e Chateaubriand compravam tudo aquilo que parecesse passível de uma expressiva valorização futura, o que, por meio de trocas e vendas, forneceria os recursos necessários para formar uma uma coleção mais homogênea

 

 

VISITE O MUSEU

Informações ao Público: 11 – 3251-5644
Endereço:
Av. Paulista, 1578 - São Paulo - SP
tel. (11) 3251.5644 / Fax. (11) 3284.0574
Próximo à estação de metrô Trianon-MASP
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Horários:
Terças, quartas, sextas, sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h (bilheteria aberta até às 17h)
Quintas-feiras, das 11h às 20h (bilheteria aberta até às 19h)
Outros horários:
Loja: das 11h às 17h30 (segundas-feiras fechada); quintas-feiras até às 19h
Restaurante UNI: das 11h às 16h30 (segundas-feiras fechado)

Agendamentos:
Para agendar visitas de grupos e escolas, envie e-mail para agendamento@masp.art.br ou contate-nos pelo telefone 11 – 3283-2585

Ingressos:
R$15,00 (valor inteiro) e R$ 7 (estudantes com identificação da instituição)
Entrada gratuita ao público somente às terças-feiras
Menores de 10 e maiores de 60 anos não pagam
 

Restaurante
De terça-feira a domingo:
das 11h00h às 16h30
 
Loja
De terça-feira a domingo:
das 11h00h às 17h30

 

 

Site: https://masp.art.br/masp2010/

 

 

 

Galeria

Ficheiro:Ticiano - cardealmadruzzo05.jpg

Retrato do Cardeal Cristoforo Madruzzo

 

 

 

Ficheiro:Pintor japonês, Período Edo - Seitakea-Doji.jpg

Kongara-Doji, acólito de Fudo Myo-o

 

 

 

Ficheiro:Gilbert Stuart - Mrs. Franck Rolleston, 1785-95.jpg

Retrato de Mrs. Franck Rolleston

 

 

Ficheiro:Renoir Mlles Cahen d Anvers.jpg

Rosa e Azul - As Meninas Cahen d'Anvers

 

 

 

Ficheiro:Van gogh - oescolar06.jpg

O Escolar (O Filho do Carteiro; Camille Roulin; Gamin au Képi)