Dicas para uma boa organização textual

Dicas para uma boa organização textual

Quando lemos uma história esperamos encontrar no enredo determinados elementos que a fazem se classificar como tal: personagens, narrador, apresentação, complicação, clímax e desfecho final, entre outros, igualmente importantes. Já ao nos depararmos com um texto de opinião, nossa perspectiva mantém-se fiel: desejamos que as ideias estejam prontamente definidas, de modo a percorrermos um trajeto que nos conduz ao início, perpassa por um desenvolvimento e nos conduz a um fim, a uma conclusão.

Alguns textos, como é caso de “A arte da construção textual” e “A produção textual - uma análise discursiva” exploram de forma efetiva os pressupostos que envolvem a tessitura textual. Dessa forma, tendo-os como suporte, ampliaremos ainda mais nossa discussão sobre o assunto em pauta, com vistas a fazer com que você, caro (a) usuário (a), aprimore cada vez mais suas habilidades no que tange à arte de redigir.

O primeiro passo, dentre os muitos a seguir, é se conscientizar de que tal procedimento (o da construção textual) tende a se assemelhar a fatos corriqueiros, como é o caso de um percurso que se faz de um lugar a outro, bem como a construção de uma casa. Em ambos os exemplos, “planejamento” é a palavra-chave. Ora, se tudo não for milimetricamente projetado, há grandes possibilidades de as paredes desmoronarem, ou, no caso do primeiro deles, há o risco de ficarmos rodando por horas sem chegar a lugar algum.

Consideramos que não se trata de uma tarefa fácil, sem dúvida. Mas para que nosso projeto obtenha êxito, alguns passos são considerados essenciais, a começar pela preparação das ideias.

Torna-se inviável discorrer acerca daquilo que desconhecemos. Imagine que, estando você a narrar algo, sua criatividade, num piscar de olhos, venha a falhar. Pronto, lá se foi o sonho de encantar o leitor com sua história. Outro caso: pense você que sua tarefa seja a de se posicionar em relação a algum assunto, defendo-o por meio de argumentos que o justifiquem ou o contrariem. Será que suas ideias foram construídas com base nos “achismos”? Ou será que você se mostrou como um verdadeiro defensor de suas opiniões, de seus posicionamentos?

Dessa forma, de modo a se mostrar como alguém que realmente conhece o que está dizendo, faz-se necessário praticar a leitura constantemente. Mas seria o caso de ler somente obras de grandes clássicos? Não, você pode perfeitamente ser eclético nas suas escolhas, contanto que saiba separar o “joio do trigo”. Agindo como tal, os argumentos que você se dispuser a defender serão baseados em fontes confiáveis – condição essencial para uma boa postura enquanto emissor de um texto. Outro aspecto diz respeito ao final que dará a seu texto: lembre-se de que tal parte deve ter um argumento eficaz, que remeta à ideia defendida no início.

Você preparou as ideias? Eis que é chegado o momento de organizá-las. Nesse sentido, organize-as de modo a respeitar uma lógica interna: fato esse que tudo tem a ver com a construção dos parágrafos, mantendo-os coesos, claros e precisos. Outro aspecto, também muito importante, é saber condensar suas ideais, de modo a não deixá-las carentes de conteúdos, tampouco abusivas de informações, ou seja, ser habilidoso (a) em saber dosá-las é, antes de tudo, sinal de competência e habilidade. Lembre-se também que seu texto jamais poderá representar uma imagem de você mesmo (a), por isso mantenha-o o mais imparcial possível, deixando as emoções e os juízos de valor para a “hora certa”, ou seja, haverá circunstâncias comunicativas em que tais atitudes poderão ser perfeitamente exploradas.

Colocando tudo em prática: momento em que você irá materializar tudo aquilo que planejou. Para tanto, algumas dicas se revelam como preponderantes, entre elas:

- A primeira delas é se colocar como leitor de sua produção, ou seja, como você gostaria que as ideias ali estivessem dispostas.

- Outra questão diz respeito à clareza da mensagem, dada a evidência de haver “múltiplos” interlocutores. Desse modo, para não correr o risco de não ser bem interpretado, seja claro em tudo que disser.

- Voltando à questão do caráter coesivo de seu texto, procure fazer com que um parágrafo nunca encerre a ideia em si mesmo, pois é preciso haver uma interligação entre todos eles (os parágrafos).

- Procurando cuidar bem da performance textual, nada mais sugestivo que variar a estrutura sintática, quando a situação assim o permitir, é claro. Um exemplo é o uso do predicado antes do sujeito, como em: vã foi a luta/ caótico é o trânsito/ imprecisos são os detalhes, entre muitos outros.

Pois bem, todas as elucidações aqui firmadas tendem a colaborar para o aprimoramento de uma competência necessária a todo usuário do sistema linguístico: a escrita. Esperamos ter contribuído para a conquista dela!