Organização vende vídeos de sexo amador e preserva florestas
Em 2004, a sueca Leona Johansson e o norueguês Tommy Hol Ellingsen começaram a fazer experiências sexuais com uma câmera. Eles, que pregam o amor livre, gostaram do resultado e chamaram amigos para participar. Mas o que fazer com essa produção? Surgiu a ideia de vender o material através de um site batizado de Fuck For Forest (FFF) — o dinheiro de assinaturas e compras de fotos e vídeos iria para ONGs dedicadas à preservação de florestas.
“Vemos que muita gente entra na indústria da pornografia para fazer dinheiro. Mas nós acreditamos que o sexo é uma força da natureza, que está conectado a ela. Para nós, é algo lógico reverter essa força para as florestas”, explica Ellingsen. Hoje, quase 10 anos depois, a organização está baseada em Berlim e conta com mais de 1.300 pessoas produzindo material e 4 mil assinantes. Estima-se que o FFF arrecade mais de 100 mil euros por ano.
Boa parte (80%) do dinheiro foi destinado a seis iniciativas, duas delas no Brasil. Uma ONG carioca usou a verba para fundar um centro cultural chamado Centro Holístico da Aldeia da Mata Atlântica (Chama), em Silva Jardim, no Rio de Janeiro, e uma reserva indígena das tribos Macuxi e Wapixana na Amazônia. Mas nem todas as organizações aceitam as doações do FFF de bom grado. Em 2011, a WWF holandesa, maior ONG do país, recusou verbas dos ativistas sexuais e declarou “não querer se associar com este tipo de indústria” por temer a reação dos seus um milhão de apoiadores. O resto do dinheiro não vai para os atores e sim para a manutenção do projeto. “Fazemos os filmes não para lucrar, mas porque acreditamos no poder do sexo. E para nos divertir, claro”, explica Tommy.
Para participar como assinante do material ou ativista, basta acessar o site fuckforforest.com. Se você não tem interesse nos filmes e nas fotos em si, mas quer saber mais sobre o projeto, em junho foi lançado um documentário sobre o FFF, que em breve deve estar disponível no iTunes.
Outras organizações, formais ou não, acreditam no poder do sexo (ou da falta dele)
SEXO COM PRÉDIOS > Para “celebrar” a beleza arquitetônica de alguns edifícios e lutar pela sua preservação, os ativistas do The Humping Pact simulam sexo com as estruturas e divulgam vídeos das performances na web.
BRAÇOS E PERNAS CRUZADOS > Em 2003, mulheres da Libéria, que queriam o fim da guerra civil que assolava o país, organizaram uma greve de sexo. O movimento, em conjunto com ameaças de maldições e orações em locais públicos, conseguiu o seu objetivo.
UMA NOITE NO MUSEU > O grupo Voina ficou famoso em 2008, por organizar uma sessão de sexo grupal dentro de um museu em Moscou. A manifestação protestava contra a eleição de Dmitry Medvedev (então presidente e aliado de Vladimir Putin).
Via Galileu