Noticias: Novo disco magnético pode armazenar dados por um milhão de anos

Noticias: Novo disco magnético pode armazenar dados por um milhão de anos

Hoje, discos magnéticos comuns conseguem armazenar informações por cerca de uma década - mas a nanotecnologia pode permitir que dados cheguem às próximas civilizações

Editora Globo

 

O primeiro computador comercial do mundo, o 305 RAMAC, da IBM, usava 50 discos de 24 polegadas para armazenar 5MB. Hoje, hard drives comuns podem preservar 1 TB (terabyte) de dados em apenas um disco de 3,5 polegadas. Mas apesar da mudança da densidade dos dados que podem ser incluidos nestes discos, a durabilidade deles ainda não é impressionante: cerca de uma década.

Como estamos armazenando cada vez mais informações através deste tipo de tecnologia, como podemos preservar dados sobre a nossa civilização de uma maneira mais confiável que, de preferência, chegue às próximas gerações ou até às próximas civilizações? Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Twente, na Holanda, desenvolveram um disco capaz de armazenar dados por mais de um milhão de anos.

O objeto é feito de tungstênio, metal que tem uma alta temperatura de fusão (3422 graus Celsius). Sobre ele, foi colocada uma camada protetora de Nitreto de Silício, que tem uma alta resistência a fraturas e baixo coeficiente de expansão termal.

Mas como saber se o disco estará funcionando daqui todo esse tempo se, obviamente, não podemos esperar um milhão de anos para testá-lo? Os cientistas fizeram testes de 'envelhecimento acelerado', que simula o desgaste que o disco sofreria com o tempo. De acordo com a lei de Arrhenius, usada para calcular a resistência necessária do objeto, o disco precisaria 'sobreviver' a uma hora de exposição a um calor de 445 Kelvin (171 graus Celsius) para armazenar a informação pelo período desejado.

O disco de tungstênio passou no teste com facilidade - na verdade, ele aguentou um calor de 848 Kelvin (574 Celsius) sem perder uma quantidade significativa de dados - o que significa que ele pode durar até mais do que o tempo proposto de um milhão de anos.

No entanto, a teoria da simulação do envelhecimento se aplica apenas em situações muito específicas de exposição. Como é um disco feito para preservar as memórias da humanidade, ele precisaria aguentar situações que possivelmente exterminariam a nossa espécie - um impacto de um asteroide, por exemplo. Neste caso, o metal super resistente ou o silício que o envolve não suportariam as condições adversas decorrentes da colisão. Mas seus criadores afirmam que o modelo de tungstênio é apenas o começo, o primeiro passo em uma nova geração de discos super resistentes, e que novos modelos devem ser estudados.