YouTube lança plataforma de educação

YouTube lança plataforma de educação

O YouTube EDU agrega vídeos educativos em português, feitos para auxiliar alunos e também servir como material extra para professores

por Luciana Galastri

 

Editora Globo
O professor mantém o seu papel de protagonista - pode usar a ferramenta para oferecer conteúdo extra aos alunos e, também, para se atualizar // Crédito: Flickr DeSales University

Nesta quinta-feira, dia 21 de novembro, o Google lançou o YouTube EDU, plataforma dentro do serviço de vídeos que oferece conteúdo educativo. O objetivo é que o material seja usado por alunos e professores dentro e fora da sala de aula, como complemento à rotina escolar normal.

O mesmo sistema já existe nos Estados Unidos mas, agora, há a estreia da versão em português, com vídeos produzidos por professores brasileiros. Já em seu primeiro dia, 8 mil vídeos com aulas para o Ensino Médio estão listados, provenientes de canais como o Vestibulândia, o Biologia Total e até da Khan Academy, sistema pioneiro de ensino online. Nos próximos dias, o número deverá aumentar e, para 2014, o plano é que aulas para o ensino fundamental e ensino superior também estejam disponíveis.

Pense no YouTube EDU como um agregador dos melhores vídeos da categoria Educação do site. Todos os dias, milhares de horas de vídeos com a tag são publicados por lá - mas nem todos tem a melhor forma de apresentação de conteúdo ou estão 100% corretos. Então o papel do novo canal é filtrar e agrupar canais que produzam conteúdo de confiança, oferecendo essas aulas em uma navegação simples. Quase um selo de qualidade do YouTube.

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Os vídeos atuais estão divididos em um menu por disciplina - futuramente, matérias para o ensino fundamental e superior também serão listados

Para garantir que um vídeo merece ser divulgado pelo EDU, ele passa por uma curadoria. Por isso, o pessoal do Google firmou uma parceria com a Fundação Lemann e com professores da Unicamp e do Curso Poliedro, que analisam vídeos e canais para julgar se eles são relevantes, corretos e se tem boa dinâmica. “O que é uma boa aula? Precisamos responder essa pergunta ao conferir os vídeos, além de fornecer tags corretas para que ele seja encontrado mais facilmente pelo sistema. Demoramos cerca de duas horas para preencher relatórios de vídeos de, em média, 10 minutos”, explica o coordenador de curadoria Marcelo Knobel, professor da Unicamp.

Mas o processo de análise começa antes mesmo de chegar ao professor responsável pela avaliação do vídeo. Os engenheiros do Google criaram um algoritmo capaz de filtrar canais e tags relacionadas com a educação e com os requisitos buscados pelo YouTube EDU. “Começamos com 250 canais, com mais de 93 mil vídeos. E então separamos os que estavam ativos, os que tinham conteúdo relevante e acabamos com estes 26 canais e 8 mil vídeos disponíveis inicialmente na plataforma”, conta Flávia Simon, gerente do projeto no Google.

É necessário?

Se o conteúdo já estava disponível online, esse novo canal é necessário? De acordo com o Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorvald, o uso de novas tecnologias, que superem a mera distribuição de equipamentos para algo que seja aplicado no cotidiano de escolas é imprescindível. “40% dos alunos de ensino médio da rede pública fazem o curso noturno, que tem carga horária reduzida. Além disso, o aluno chega atrasado para a primeira aula, pois vem do trabalho, e seu aproveitamento cai nas últimas aulas, por causa do cansaço. Então são necessárias novas formas de reforçar o conteúdo dado em sala”, afirma.

O secretário também ressalta a importância que a ferramenta pode ter para os professores, trazendo novas formas de oferecer o conteúdo para os alunos, além de aumentar suas fontes de referência.

O professor

A importância do professor na lógica do YouTube EDU foi extremamente ressaltada durante a apresentação do projeto. “O professor continua sendo a peça principal do ensino, tanto o que produz o conteúdo para o YouTube tanto o que usa esse material em sala”, afirmou o empresário Jorge Paulo Lemann, criador da Fundação Lemann, parceira do projeto. “E é importante pra gente atrair mais professores para o YouTube, para que eles produzam mais vídeos. Sejam eles de instituições privadas, públicas, aposentados ou pessoas em geral que tenham vontade de ensinar”, explica o diretor da Fundação Lemann, Dênis Mizne.

“O alcance e o tipo de conteúdo são tão legais que até professores que participaram do processo de curadoria se sentiram motivados e estão criando seus próprios canais”, conta o professor João Luís de Almeida, do Poliedro, coordenador de curadoria do projeto. Caso queira ter seu canal incluído na listagem do YouTube EDU, o professor ou produtor de conteúdo deve preencher um formulário disponível na página. Seus vídeos serão avaliados e, caso sejam aprovados, serão exibidos dentro do canal.