Grafeno: esse pode ser o material da camisinha do futuro

Grafeno: esse pode ser o material da camisinha do futuro

Fundação de Bill Gates doou US$ 100 mil para pesquisadores que estudam misturar o material ao látex dos preservativos, tornando-os mais finos, resistentes e prazerosos


Editora Globo
Fundação de Bill Gates acredita que melhorias na camisinha devem estimular o uso, reduzindo a transmissão de doenças e a gravidez indesejada (Foto: Bill & Melinda Gates Foundation/Reprodução)

Desde que o grafeno foi isolado pela primeira vez, em 2004, o material virou a menina dos olhos da indústria de tecnologia. A pesquisa rendeu o Nobel de Física de 2010 aos físicos Andre Geim e Konstantin Novoselov, e a partir daí, não pararam de surgir trabalhos sobre possíveis aplicações do material. Filtros para dessalinizar água, baterias superpotentes, processadores ultra-rápidos – e agora, a camisinha do futuro, que deve aliar a força do grafeno à elasticidade do látex.

Editora Globo
Novo material deve ser compósito: em vermelho, o látex, em cinza o grafeno (Foto: University of Manchester/Divulgação)

“O novo material vai ser mais fino, forte, elástico, seguro e, talvez o mais importante, dar mais prazer”, diz Aravind Vijayaraghavan, coordenador do time de pesquisadores da Universidade de Manchester que desenvolve o projeto. Eles receberam uma quantia de US$ 100 mil da Fundação Bill e Melinda Gates para criar a próxima geração de preservativos.

A organização do criador da Microsoft mantém desde 2008 o programa Grand Challenges Explorations, que seleciona ideias que têm potencial de aprimorar a saúde global e concede o incentivo para que elas possam se concretizar. A fundação doou a cientistas US$ 100 milhões desde então.

No projeto da camisinha do futuro, o objetivo é bem claro: desenvolver um produto inovador, que seja mais seguro, confortável e, ao mesmo tempo, que acabe de vez com o estigma de que o ato sexual com preservativo é menos prazeroso.

O desafio é justamente reverter esta situação e fazer com que as pessoas cheguem a desejar o uso deste novo preservativo, que pode até aumentar a sensação de prazer. “Esse material vai ser pensado para aumentar a sensação natural durante a penetração enquanto se usa a camisinha, o que deve encorajar e promover o uso”, diz Vijayaraghavan.

Segundo a organização, a produção mundial de camisinhas é de 15 bilhões de unidades por ano, utilizadas por 750 milhões de usuários.