Por que os produtos eletrônicos são tão caros no Brasil?

Por que os produtos eletrônicos são tão caros no Brasil?

Entenda as razões pelas quais pagamos mais pelos gadgets no País

Fabio Dias

 

Revista Galileu

O Playstation 3 foi lançado oficialmente no Brasil no último mês de agosto, com quatro anos de atraso. Agora, ele não é mais importado pelas lojas, mas diretamente pela Sony, que adaptou embalagens, manual e dá um ano de assistência técnica no País. Parecia uma boa notícia, mas o preço deixou os consumidores de cabelo em pé: R$ 2 mil.

Segundo a fabricante, a culpa seria dos impostos. “De maneira geral, a taxação dos produtos eletrônicos fica entre 42% e 54% e o consumidor não tem a menor noção disso quando compra os produtos”, diz Fernando Steinbruch, diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), sobre os impostos que incidem no País.



Os maiores são o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cobrado pelo governo federal, e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do governo estadual. Segundo Steinbruch, esses impostos pesam no preço final dos eletrônicos porque seguem um princípio de seletividade. “Quanto mais supérfluo for o produto, maior será o imposto”, diz. Como o feijão com arroz é mais necessário à sobrevivência do que um videogame, os geeks se dão mal.

Quando se trata de um produto importado, o caso do Playstation, ainda há a incidência do Imposto de Importação. “Nesse caso, o objetivo é proteger a indústria nacional”, diz Steinbruch. Para o tributarista, o governo não sairia perdendo com uma redução dessas taxas já que, durante a crise de 2008, baixou o IPI dos eletrodomésticos e, mesmo assim, não perdeu arrecadação porque o consumo aumentou. Poderia fazer o mesmo com o videogame pois, para muita gente, esse parece ser um produto de primeira necessidade.
 

 

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